domingo, 30 de abril de 2017

Por que a Igreja guarda o domingo e não o sábado?


Saiba explicar o que você vive...

Respondendo de pronto, o simples, santo e justíssimo motivo de a Igreja guardar o Domingo em lugar do Sábado judaico é o fato de que Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou no Domingo, – o primeiro dia da semana, – inaugurando assim a “Nova Criação” liberta do pecado, a nova e eterna Aliança entre Deus e a humanidade.

Assim é que o Domingo, o Dia do Senhor, é a plenitude do Sábado dos judeus, da mesma forma como o Novo Testamento é a plenitude e o cumprimento do Antigo, e Cristo é a consumação de toda a história da salvação, desde Adão até o fim dos tempos e o Juízo final. De modo semelhante, o Antigo Testamento é um figura do Novo; o Sábado judaico é uma figura do Domingo cristão. O Catecismo da Igreja assim explica: “O Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, a cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Com efeito, o culto da Lei preparava o Mistério de Cristo, e o que nele se praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor 10,11).” (CIC§2175)
O que a esmagadora maioria desses supostos “cristãos” judaizantes que persistem em guardar o sábado não sabem é que os Apóstolos já celebravam a Missa “no primeiro dia da semana”, isto é, no domingo, como ficou registrado na Bíblia Sagrada, em mais de uma passagem: • Nos Atos dos Apóstolos (20,7): “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do Pão (isto é, a Eucaristia)…”. • Em Apocalipse (1,10), S. João diz: “No dia do Senhor (domingo), fui movido pelo Espírito…”. • Em 1Cor 16,2, S. Paulo Apóstolo confirma que a coleta cultual era feita “no primeiro dia da semana” (domingo). Trata-se de uma questão de tal maneira elementar que também a igreja ortodoxa e as protestantes históricas (mais antigas) guardam igualmente o Dia do Senhor, – o Domingo santificado, – e não mais o Sábado judaico. Além do testemunho bíblico, o livro apócrifo Epístola de Barnabás (datado do ano 74), que é um dos documentos mais antigos da Igreja, – tendo sido redigido antes ainda do Livro do Apocalipse, atesta: “Guardamos o oitavo dia (domingo) com alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos” (15,6-8). Sto. Inácio de Antioquia (107), mártir no Coliseu de Roma e bispo da Igreja primitiva, testemunhou de modo claríssimo: “Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o sábado, mas sim o Dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte.”(Aos Magnésios 9,1)

Devido à Tradição Apostólica, que tem origem no próprio dia da ressurreição do Cristo Salvador, a Igreja celebra o Mistério Pascal no dia que desde o início foi chamado “Dia do Senhor” ou “Domingo” (da mesma raiz semântica de ‘Senhor’/Dominus).
O dia da ressurreição de Cristo é, ao mesmo tempo, “o primeiro dia da semana”, memorial do primeiro dia da Criação, e o “oitavo dia”, em que Cristo, depois de sua Morte Sacrificial e “repouso” no grande Sábado, inaugura o “Dia que o Senhor fez para nós”, o “Dia que não conhece ocaso” (CIC §1166). S. Justino (165) Mártir legou-nos também o seu testemunho: “Reunimo-nos todos no ‘Dia do Sol’, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos.”(Apologia 1,67)

Também S. Jerônimo (420), Confessor e Doutor da Igreja, atestou a praxis sempiterna da Igreja: “O Dia do Senhor, o Dia da Ressurreição, o Dia dos Cristãos, é o nosso dia. Por isso se chama Dia do Senhor: foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam Dia do Sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a Luz do Mundo, hoje apareceu o Sol de Justiça cujos raios trazem a salvação.” (CCL, 78,550,52) Desta forma, tanto as Sagradas Escrituras quanto o testemunho de toda a documentação histórica, juntamente com a sagrada Tradição apostólica nos mostram porque, desde a Ressurreição do Senhor, a Igreja sempre guardou e continua guardando não mais o Sábado judaico, mas o Domingo da Ressurreição e do estabelecimento da Nova e Eterna Aliança como Dia do Senhor.___

Ref: •
AQUINO, Felipe, Por que a Igreja guarda o Domingo e não o Sábado?, artigo disp. em http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2013/01/21/por-que-a-igreja-guarda-o-domingo-e-nao-o-sabado/ Acesso 6/10/015 •
Introdução Ao Culto Cristão, WHITE, James F. 2ª ed. São Leopoldo: Sinodal/IEPG, 2005, pp.40-45. (O Fiel Católico)

sábado, 29 de abril de 2017

Encontro Ecumênico no Cairo - discurso integral Papa Francisco e Tawadros II

Encontro Ecumênico no Cairo - discurso integral  Papa Francisco e Tawadros II na Igreja de São Pedro, local do atentado em dezembro de 2016.Cairo (RV) -

Íntegra do pronunciamento do Papa Francisco no encontro com Tawadros II, Papa da Igreja Copta Ortodoxa e Patriarca da Sé de São Marcos.

"Al Massih kam, bilhakika kam (O Senhor ressuscitou; ressuscitou verdadeiramente)!

Santidade, Irmão caríssimo! Ocorreu há poucos dias a grande solenidade da Páscoa, centro da vida cristã, que, este ano, tivemos a graça de celebrar no mesmo dia. Assim proclamamos em uníssono o anúncio da Ressurreição, revivendo de certo modo a experiência dos primeiros discípulos, que naquele dia, juntos, «se encheram de alegria por verem o Senhor» (Jo 20, 20). Hoje, esta alegria pascal é enriquecida pelo dom de adorarmos, juntos, o Ressuscitado na oração e por trocarmos novamente, em seu nome, o ósculo santo e o abraço de paz. Sinto-me muito grato por isto: ao chegar aqui como peregrino, tinha a certeza de receber a bênção dum Irmão que me esperava. Grande era a expectativa de nos encontrarmos: com efeito conservo bem viva a lembrança da visita de Vossa Santidade a Roma, pouco depois da minha eleição no dia 10 de maio de 2013, uma data que felizmente se tornou ocasião para celebrar anualmente o Dia da Amizade Copto-Católica. Na alegria de continuar fraternalmente o nosso caminho ecuménico, desejo recordar, antes de mais nada, aquele marco nas relações entre a Sé de Pedro e a de Marcos que é a Declaração Comum assinada pelos nossos Predecessores, há mais de quarenta anos, em 10 de maio de 1973. Naquele dia, depois de «séculos de história difícil», em que «surgiram diferenças teológicas, que foram alimentadas e acentuadas por fatores de caráter não-teológico» e por uma difidência cada vez mais generalizada nas relações, com a ajuda de Deus chegou-se a reconhecer, juntos, que Cristo é «perfeito Deus, quanto à sua divindade, e perfeito homem, quanto à sua humanidade» (Declaração Comum, assinada pelo Santo Padre Paulo VI e por Sua Santidade Amba Shenouda III, 10 de maio 1973). Mas, não menos importantes e atuais são as palavras imediatamente anteriores, com que reconhecemos «Nosso Senhor e Deus e Salvador e Rei de todos nós, Jesus Cristo». Com estas expressões, a Sé de Marcos e a de Pedro proclamaram o domínio de Jesus: juntos, confessamos que pertencemos a Jesus e que Ele é o nosso tudo. Além disso compreendemos que, sendo seus, já não podemos pensar em avançar cada um pela sua estrada, porque trairíamos a sua vontade: que os seus «sejam todos um só (...), para que o mundo creia» (Jo 17, 21). Na presença do Senhor, que nos deseja «perfeitos na unidade» (Jo 17, 23), já não podemos esconder-nos atrás de desculpas de divergências de interpretação, nem atrás de séculos de história e tradições que nos tornaram estranhos. Como aqui disse Sua Santidade João Paulo II: «Não devemos perder tempo a este propósito! A nossa comunhão no único Senhor Jesus Cristo, no único Espírito Santo e no único Batismo já representa uma realidade profunda e essencial» (Discurso durante o Encontro Ecumênico, 25 de fevereiro de 2000, 4-5). Neste sentido, há não só um ecumenismo feito de gestos, palavras e compromisso, mas uma comunhão já efetiva, que cresce dia-a-dia no relacionamento vivo com o Senhor Jesus, está enraizada na fé professada e funda-se realmente no nosso Batismo, em sermos n’Ele «novas criaturas» (cf. 2 Cor 5, 17): em suma, «um só Senhor, uma só fé, um só Batismo» (Ef 4, 5). Daqui havemos de partir sempre de novo, para apressar o dia tão desejado em que estaremos em comunhão plena e visível no altar do Senhor. Neste caminho apaixonante, que – como a vida – nem sempre é fácil e linear, mas no qual o Senhor nos exorta a prosseguir, não estamos sozinhos. Acompanha-nos uma série enorme de Santos e Mártires que, já plenamente unidos, nos impelem a sermos aqui na terra uma imagem viva da «Jerusalém do Alto» (Gl 4, 26). Dentre eles, hoje certamente se alegram de modo particular com o nosso encontro São Pedro e São Marcos. Grande é o vínculo que os une. Basta pensar no facto de São Marcos ter colocado no coração do seu Evangelho a profissão de fé de Pedro: «Tu és o Messias». Foi a resposta à pergunta, sempre atual, de Jesus: «E vós quem dizeis que Eu sou?» (Mc 8, 29). Ainda hoje há muitas pessoas que não sabem responder a esta pergunta; falta até mesmo quem a suscite e sobretudo quem ofereça, em resposta, a alegria de conhecer Jesus, a mesma alegria com que temos a graça de O confessarmos juntos. Assim, juntos, somos chamados a testemunhá-Lo, a levar ao mundo a nossa fé, antes de tudo segundo o modo que é próprio da fé: vivendo-a, porque a presença de Jesus transmite-se com a vida e fala a linguagem do amor gratuito e concreto. Possam coptas ortodoxos e católicos falar juntos, sempre mais, esta língua comum da caridade: antes de empreender uma iniciativa benfazeja, seria bom perguntar-nos se a poderemos realizar com os nossos irmãos e irmãs que compartilham a fé em Jesus. Assim, construindo a comunhão com o testemunho vivido na existência diária concreta, o Espírito não deixará de abrir caminhos providenciais e inesperados de unidade. É com este espírito apostólico construtivo que Vossa Santidade continua a reservar uma atenção genuína e fraterna para com a Igreja Copta Católica: uma proximidade de que lhe estou muito grato e que encontrou louvável expressão no Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, que criou a fim de os crentes em Jesus poderem agir cada vez mais unidos em benefício de toda a sociedade egípcia. Muito apreciei também a generosa hospitalidade oferecida ao 13º encontro da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais, que aqui teve lugar no ano passado por vosso convite. É um bom sinal que o sucessivo encontro se tenha realizado este ano em Roma, como que a expressar uma particular continuidade entre as Sés de Marcos e de Pedro. Na Sagrada Escritura, Pedro parece retribuir de algum modo o afeto de Marcos designando-o por «meu filho» (1 Ped 5, 13). Mas os laços fraternos do Evangelista e a sua atividade apostólica têm a ver também com São Paulo, que, antes de morrer martirizado em Roma, fala de Marcos como prestando grande ajuda no ministério (cf. 2 Tm 4, 11) e cita-o mais de uma vez (cf. Flm 24; Col 4, 10). Caridade fraterna e comunhão de missão: tais são as mensagens que nos confiam a Palavra divina e as nossas origens. São as sementes do Evangelho, que temos a alegria de continuar a regar e, com a ajuda de Deus, fazer crescer juntos (cf. 1 Cor 3, 6-7). O amadurecimento do nosso caminho ecumênico é sustentado, de modo misterioso e muito atual, também por um verdadeiro e próprio ecumenismo do sangue. São João escreve que Jesus veio «com água e com sangue» (1 Jo 5, 6); quem acredita n’Ele, assim «vence o mundo» (1 Jo 5, 5). Com água e sangue: vivendo uma vida nova no nosso Batismo comum, uma vida de amor incessante e por todos, mesmo à custa do sacrifício do sangue. Desde os primeiros séculos do cristianismo, nesta terra, quantos mártires viveram a fé heroicamente e até ao extremo, preferindo derramar o sangue que negar o Senhor e ceder às adulações do mal ou mesmo só à tentação de responder ao mal com o mal! Bem o testemunha o venerável Martirológio da Igreja Copta. Ainda há pouco, infelizmente, o sangue inocente de fiéis inermes foi cruelmente derramado: o seu sangue inocente nos une.

Caríssimo Irmão, assim como é única a Jerusalém celeste, assim também é único o nosso martirológio, e os vossos sofrimentos são também os nossos sofrimentos. Fortalecidos pelo vosso testemunho, trabalhemos por nos opor à violência, pregando e semeando o bem, fazendo crescer a concórdia e mantendo a unidade, rezando a fim de que tantos sacrifícios abram o caminho para um futuro de plena comunhão entre nós e de paz para todos. A maravilhosa história de santidade desta terra não é peculiar só pelo sacrifício dos mártires. Logo que terminaram as perseguições antigas, surgiu uma forma nova de vida que, doada ao Senhor, nada retinha para si: no deserto, começou o monaquismo. Assim, aos grandes sinais que antigamente Deus realizara no Egito e no Mar Vermelho (cf. Sal 106/105, 21-22), seguiu-se o prodígio duma vida nova, que fez o deserto florir de santidade. Com veneração por este património comum, vim como peregrino a esta terra, onde o próprio Senhor gosta de vir: aqui, glorioso, desceu sobre o Monte Sinai (cf. Ex 24, 16); aqui, humilde, encontrou refúgio quando era criança (cf. Mt 2, 14).

Santidade, Irmão caríssimo, o mesmo Senhor nos conceda a graça de recomeçar hoje, juntos, como peregrinos de comunhão e arautos de paz. Neste caminho, tome-nos pela mão Aquela que aqui acompanhou Jesus e que a grande tradição teológica egípcia aclamou, desde a antiguidade, como Theotokos, Mãe de Deus. Neste título, unem-se admiravelmente a humanidade e a divindade, porque, na Mãe, Deus fez-Se para sempre homem. A Virgem Santa, que sempre nos leva a Jesus, sinfonia perfeita do divino com o humano, traga ainda um pouco de Céu sobre a nossa terra".

Saiba mais em RV.
Fonte: Rádio Vaticano Br

Medite conosco no caminho de Luz "Via Lucis" hoje pelas 18h.



           Via Lucis



Introdução

Procuremos situar-nos naquele tempo. Jesus tinha sido crucificado e tinha morrido. Os apóstolos eram perseguidos e procuravam não se fazer notar, pelo medo que tinham do que lhes poderiam fazer. Teria tudo acabado? Não. Naquela noite de Sábado Santo para Domingo de Páscoa, algo aconteceu, algo de extraordinário. Algo que iria mudar todo o curso da humanidade. Jesus, como seria esperado, travou uma batalha com a morte e venceu. A morte derrotada, deu um lugar eterno à Vida, por vitória de Jesus. De uma certa forma, se antes tínhamos trilhado, com Jesus, o caminho até ao Calvário, acompanhando no Caminho da Cruz, também agora Ele nos convida a trilhar o Seu Caminho da Glória.

Oração Inicial

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
R. Amen.

Senhor Jesus,
Com a Tua Ressurreição triunfaste sobre a morte E vives para sempre, comunicando-nos a vida, a alegria, a esperança firme. Tu que fortaleceste a fé dos apóstolos, das mulheres e dos Teus discípulos ensinando-os a amar com obras, fortalece também o nosso espírito vacilante, para que nos entreguemos por completo a Ti. Queremos partilhar contigo e com tua Mãe Santíssima a alegria da Tua Ressurreição gloriosa. Tu que nos abriste o caminho até ao Pai, faz com que, iluminados pelo Espírito Santo, gozemos um dia, a glória eterna. R. Amen.
Breve pausa de silêncio.





Primeira Estação
A Ressurreição

V. Nós Vos adoramos, ó Jesus Ressuscitado.
R. Porque nos deste uma Vida nova.

Terminado o sábado, ao romper do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro. Nisto, houve um grande terramoto: o anjo do Senhor, descendo do Céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela. O seu aspecto era como o de um relâmpago; e a sua túnica, branca como a neve. Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos. Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscai Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde jazia e ide depressa dizer aos seus discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis.' Eis o que tinha para vos dizer.» Afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, as mulheres correram a dar a notícia aos discípulos. (Mt 28, 1-8)

Meditação
Jesus venceu a morte. O pior inimigo do ser humano foi vencido e a Vida triunfou sobre a morte. A partir deste momento, em que Jesus ressuscitou, já ninguém poderá parar Deus. O Seu plano de Salvação que vinha desde o início do mundo, atingiu a sua plenitude com a ressurreição do Seu Filho. Por Ele fomos salvos e o caminho, que tem por guia Jesus, foi aberto para a descoberta do Amor de Deus que nos salva daquilo que nos rodeia, daqueles que nos impedem de crescer e de nós próprios, curando-nos. Tal como Maria Madalena, façamos desenvolver em nós o desejo de correr, indo ter com todos e contar-lhes que Jesus está Vivo!

V. Senhor, venceste a escuridão da morte e do pecado.
R. Nós testemunhamos uma nova luz.
V. Enterrada a tristeza, nascida a felicidade.
R. Nós testemunhamos uma nova luz.
V. Jesus, deste início à festa da Vida.
R. Nós testemunhamos uma nova luz.
Todos: Pai Nosso…




Segunda Estação Sepulcro vazio
V. Nós Vos adoramos, ó Jesus Ressuscitado.
R. Porque nos deste uma Vida nova.
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão, ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição. Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer. (Jo 20, 3-8)
Meditação
O Sepulcro está mesmo vazio. A porta está aberta. Muitas vezes somos confrontados com dúvidas acerca deste mistério, mas a realidade é simplesmente esta: o túmulo está vazio. Ora, Jesus ao deixar o sepulcro aberto foi como que a deixar uma mensagem que rompe o nosso maior medo, a morte. Ao abrir a porta da Vida, Jesus nos convida a entrar e a crer que Ele venceu a morte. Eles viram e creram, mas felizes aqueles que acreditam sem terem visto. Embora, não tenhamos visto Jesus, vimos a porta aberta e os sinais desta porta em cada dia da nossa vida. Ele está vivo e por isso, Ele age hoje, na vida de cada um de nós. Que o Senhor nos ajude a descobrir este mistério da Sua Ressurreição como um mistério que abre a porta do nosso coração vazio e nos encha com o Seu Amor.
V. Senhor, iniciaste um novo caminho com os homens.
R. A Tua luz aponta um novo caminho.
V. Senhor, apesar da miséria, do ódio, do egoísmo.
R. A Tua luz aponta um novo caminho.
V. Não podemos mais enterrar os nossos talentos.
R. A Tua luz aponta um novo caminho.
Todos: Pai Nosso…





Terceira Estação Vi o Senhor!
V. Nós Vos adoramos, ó Jesus Ressuscitado.
R. Porque nos deste uma Vida nova.
Maria estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo, e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Perguntaram-lhe: «Mulher, por que choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.» Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus, de pé, mas não se dava conta que era Ele. E Jesus disse-lhe: «Mulher, por que choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.» Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» - que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: ‘Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus.’» Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E contou o que Ele lhe tinha dito. (Jo 20, 11-18)
Meditação
Tal como Maria Madalena, também o Senhor nos conhece pelo nosso nome, e isso é um reflexo do amor pessoal que tem por cada um de nós. No entanto, assim como Madalena, muitas vezes ficamos tristes, perdidos, com a nossa fé abalada por causa dos nossos medos, e corremos o risco de pensar que Jesus não está perto de nós. Temos receio de O esquecer nos melhores, como nos piores momentos. Mas, Maria Madalena voltou-se para trás e viu Jesus de pé. Ele está sempre de pé, perto de nós, a olhar por nós, a ajudar-nos no nosso caminho de Salvação. Ele é o nosso Mestre e Senhor. Ensinai-nos, Senhor, a viver esta realidade da nossa vida em todos os segundos.
V. Senhor, às vezes afastamo-nos de Ti.
R. Chamaste-nos pelo nosso nome, Senhor.
V. Às vezes faltamos ao Teu encontro.
R. Chamaste-nos pelo nosso nome, Senhor.
V. Senhor, escolheste cada um de nós para amigo.
R. Chamaste-nos pelo nosso nome, Senhor.
Todos: Pai Nosso…


Quarta Estação No caminho de Emaús
V. Nós Vos adoramos, ó Jesus Ressuscitado.
R. Porque nos deste uma Vida nova.
Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a sessenta estádios de Jerusalém; e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera. Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho; seus olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer. Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós enquanto caminhais?» Pararam entristecidos. E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes !» Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo: como os sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram, para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isso, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele vivia. Então, alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo com as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.» Jesus disse-lhes, então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?» E, começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito. (Lc 24, 13-27)
Meditação
Jesus toma a iniciativa de se aproximar, como faz sempre connosco. Vendo duas pessoas desiludidas com a Sua morte, decide dar-lhes o presente discreto da sua presença. Ao longo do caminho vai-lhes ajudando a compreender o que de facto se tinha passado, através de Escrituras que eles conheciam. Connosco passa-se o mesmo. Não importa o ponto onde estamos na nossa caminhada na fé. Qualquer que ele seja, é aí que Jesus vai ter connosco e é daí que Ele parte connosco, levando-nos a caminhar para o entendimento do Seu mistério. Hoje, estamos tantas vezes atarefados com a falta de esperança que pensamos que Jesus não está ao nosso lado. No entanto, a Sua presença é discreta mas real, e a cada momento Ele está, não só perto de nós, como também deseja muito caminhar connosco. Com essa presença procura explicar-nos qual é o sentido da Vida. Será que queremos caminhar com Ele?
V. Senhor, há quem não acredite na Tua luz.
R. Sabemos, Senhor, que caminhas ao nosso lado.
V. Senhor, consolai aqueles que não têm Paz.
R. Sabemos, Senhor, que caminhas ao nosso lado.
V. Senhor, dai força aqueles que não a têm.
R. Sabemos, Senhor, que caminhas ao nosso lado.
Todos: Pai Nosso…

Quinta Estação
A Refeição de Emaús

R. Porque nos deste uma Vida nova.
Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante. Os outros, porém, insisitam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles. E, quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho. Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros, que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!» E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir do pão. (Lc 24, 28-35)
Meditação
Por vezes acontece-nos o mesmo. Estamos tão atarefados e sem tempo que Jesus fala connosco dizendo-nos muito através de sinais, e a nós tudo passa. Depois, mais tarde, perguntamo-nos, mas ... porque será que daquela vez aquilo aconteceu? Jesus está Vivo! Os discípulos de Emaús afirmavam-no mas não O reconheciam. Ora, neste relato, Jesus nos ensina a estarmos mais atentos, em cada momento, para que cada vez mais O possamos reconhecer em tudo na nossa vida. Ele também queima o nosso coração através da escuta da Palavra, tal como ardia o coração de cada um dos dois discípulos. E hoje sabemo-lo por tantas vezes ela ser tão actual para nós. Por fim, Ele que é Deus fez-Se Pão, tornando assim numa presença silenciosa e frágil. Quando estamos em adoração ao Santíssimo Sacramento do Altar é a presença de Jesus, o único Jesus que se faz sentir visível no meio de nós. Quer queiramos ou não, é um momento visível da presença de um Deus que nunca ninguém O viu. Obrigado Senhor por Te teres feito alimento para nós. Ensina-nos a reconhecer-Te e a escutar, com o coração ardente a Tua Palavra de todos os tempos.
V. Senhor, obrigado por te teres feito alimento para nós.
R. Tu és o Pão da Vida.
V. Senhor, obrigado por teres dado a Tua vida por nós.
R. Tu és o Pão da Vida.
V. Senhor, obrigado pelo mistério da Eucaristia.
R. Tu és o Pão da Vida.
Todos: Pai Nosso…

Sexta Estação
No Cenáculo
V. Nós Vos adoramos, ó Jesus Ressuscitado.
R. Porque nos deste uma Vida nova.
Enquanto isto diziam, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!» Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito. Disse-lhes então: «Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos, como verificais que Eu tenho.» Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como, na sua alegria, não queriam acreditar de assombrados que estavam, Ele perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa que se coma?» Deram-lhe um bocado de peixe assado; e, tomando-o, comeu diante deles. (Lc 24, 36-48)
Meditação
Jesus tinha fome. Como é que uma pessoa que morreu e ressuscitou pode ter fome? Só se a ressurreição fosse do corpo e do Espírito e foi isso mesmo que aconteceu. Logo, se Jesus ressuscitou em corpo também, quer dizer que se quisesse, Ele podia aparecer em carne e osso a qualquer um de nós. Ora, se tivéssemos Jesus em corpo humano presente perto de nós, como é que reagiríamos? Desmaiaríamos, saltávamos para Ele abraçando-O, nada fazíamos, o quê? Jesus certamente nos diria: - A Paz esteja contigo. - de modo a que apaziguássemos o nosso coração e nos deixássemos embeber pela sua presença. Só que na estação anterior meditou-se isto mesmo, ou seja, que a presença visível do Deus invisível, por meio de Jesus, é real entre nós, na forma do Pão. Jesus mostrou-lhes também as suas mãos e os seus pés, para que vissem que tudo era real e que não havia hipótese de ser um sonho. Hoje, Senhor, é também real que as Tuas mão são as nossas mãos, e os Teus pés os nossos pés, por isso cada um de nós pode tornarse, pelo Espírito Santo, um Cristo no meio em que vivemos. Ensina-nos, Senhor, a ser Tuas mãos e Teus pés para os outros e a estar no mundo sem ser do mundo.
V. Só Vós sois o caminho.
R. Eu creio em Ti, Senhor.
V. Só Vós sois a Verdade.
R. Eu creio em Ti, Senhor.
V. Só Vós sois a Vida.
R. Eu creio em Ti, Senhor.
Todos: Pai Nosso…

Sétima Estação
O Perdão

R. Porque nos deste uma Vida nova.
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz seja convosco!» Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.» Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, fiarão retidos.» (Jo 20, 19-23)
Meditação
Hoje em dia é tão difícil perdoar. O perdão é como quando se corta uma corda que une duas partes, em que ele representa o nó para as unir; aproximando as pontas. Mais uma vez, o sinal da presença de Jesus é a paz. E, é verdade que vivemos no dia a dia situações que nos levam a cortar as cordas de relação com outros, mas Jesus quer dar sempre o nó e o fruto dessa união n’Ele é a paz que inunda os nossos corações. Esta paz, pelo perdão, não se resume aos que nos estão próximos, mas sim para todos e por isso, à semelhança da Sua missão, também Jesus nos envia levar aos outros esta paz. Por último, dai-nos, Senhor, a entender melhor que no sacramento do Perdão, aquele que escolheste como instrumento e voz, está imerso no Espírito Santo e é por essa razão que ao perdoar os nossos pecados, eles são mesmo perdoados porque és Tu, verdadeiramente quem perdoa.
V. Senhor, libertai-nos da prisão da falta de perdão.
R. Libertai-nos, Senhor.
V. Senhor, libertai-nos dos nossos medos e incapacidades.
R. Libertai-nos, Senhor.
V. Senhor, dai-nos a coragem de anunciar o Teu Amor.
R. Libertai-nos, Senhor.
Todos: Pai Nosso…



Oitava Estação
A Dúvida
V. Nós Vos adoramos, ó Jesus Ressuscitado.
R. Porque nos deste uma Vida nova.
Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus veio. Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.» Oito dias depois, estavam os dicípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!» Depois, dirigiu-se a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.» Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Disse-lhes Jesus: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto!» (Jo, 20, 24-29)
Meditação
Tomé duvidou. Apesar de ter estado com Jesus durante toda a Sua missão, vendo-O, tocando-Lhe, abraçando-O, comendo com Ele, escutando-O, caminhando com Ele e, mesmo assim, duvidou. Nós não O vimos, nem O tocámos, no entanto cremos que Ele está connosco vivo e ressuscitado. Pronto para nos apoiar e nos salvar a cada instante. O que é que nos faz crer, se a sua vida pública é tão distante de nós no tempo? Sem dúvida que são os sinais. Sinais de que O podemos ver no irmão que sofre; que O podemos tocar quando o recebemos na Eucaristia; que O podemos abraçar quando perdoamos e abraçamos o nosso irmão; que podemos comer com Ele quando nos alimentamos na oração; que podemos escutá-Lo quando abrimos o nosso coração; que podemos caminhar com Ele quando assim decidirmos. De que é que estamos à espera para duvidar menos?

 Ensinainos, Senhor, a desejar muito dar passos na nossa vida para ti, para que possamos aprofundar a intimidade que queres ter com cada um de nós.
V. O dom da fé que nos dás é gratuito.
R. Senhor, abre o nosso coração à Tua Palavra.
V. Por vezes existe dúvida em nós.
R. Senhor, abre o nosso coração à Tua Palavra.
V. É impossível não crer em Ti com sinceridade.
R. Senhor, abre o nosso coração à Tua Palavra.
Todos: Pai Nosso…
 


Nona Estação
A pesca grandiosa


Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago do Tiberíades, e manifestou-se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderamlhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar. Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou o saio, porque estava sem mais roupa, e lanlou-se à água. Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros. Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão. Jesus disselhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. (Jo 21, 1-13)
Meditação
Jesus convida-nos a lançar a rede e, hoje, a rede pode ser bem a nossa coragem. Assim, lançar a rede seria lançar a nossa coragem em testemunhar ao mundo que o Amor do Senhor é para todos, tornando-nos verdadeiros pescadores de homens. Jesus é verdadeiro Deus, mas também verdadeiro homem. Ele, ressuscitado, em Espírito também o foi em corpo, pois é de notar que comeu com os seus. Não existe a menor dúvida que Jesus é alguém que atrai tudo para si, até os peixes, a ponto de realizarem tamanha pesca naquela manhã quando já tinham desistido de o fazer. No fundo, eles confiaram na sugestão de um homem que não reconheciam e perante o resultado deste acto de confiança, souberam que era o Senhor. É isto que acontece quando confiamos no Senhor, Ele surpreende-nos. Talvez devêssemos pensar nisto, o quanto é surpreendente quando decidimos confiar no Senhor Jesus Ressuscitado, Ele dar-nos-á em abundância, assim como quando morreu, para nos dar a Vida em abundância, para sempre.
V. Senhor, és Tu que nos dás o Dom da Vida.
R. Seremos testemunhas do Teu Amor.
V. Senhor, ensina-nos a confiar em Ti.
R. Seremos testemunhas do Teu Amor.
V. Senhor, ensina-nos a saborear a vida em abundância que nos dás.
R. Seremos testemunhas do Teu Amor.
Todos: Pai Nosso…
Décima Estação
A Rocha
V. Nós Vos adoramos, ó Jesus Ressuscitado.
R. Porque nos deste uma Vida nova.
Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: « Sim, Senhor, tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.» Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.» E perguntoulhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: 'Tu és deveras meu amigo?' Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.» E disse isto para indicar o género de morte com que ele gavia de dar glória a Deus. Depois destas palavreas, acrescentou: «Segue-me!» (Jo 21, 15-19)
Meditação
Será que Jesus não nos faz a mesma pergunta: e tu, amas-me? Qual seria a nossa resposta? Que tipo de Amor é que temos a esse Jesus que tudo, até a própria vida deu por nós? Pedro era um homem duro de mãos calejadas do trabalho. E Jesus incide sobre ele o seu olhar. Aquele olhar profundo de quem ama incondicionalmente, e faz desse homem pescador de rosto queimado pelo sal e pelo sol e sobre essa pedra edifica a sua igreja. Jesus confia-lhe o Seu rebanho porque sabe que este está em boas mãos. Também connosco o mesmo continua a acontecer. Jesus entregou o Seu rebanho a um homem e nele colocou a graça de conduzir este rebanho, do qual fazemos parte e que é a Sua igreja. Esse homem é o Santo Padre. Ensinai-nos, Senhor, a seguir com o coração o pastor que escolheste para nos conduzir e a colaborar com ele, de coração, de modo a levar a Tua Igreja até ao homem que mais sofre e que precisa do Teu amor. Como a Pedro, nos dizes hoje, “Segue-me”. Pedimos a graça de corajosamente te seguir em cada dia.
V. Senhor, ensina-nos a amar-Te.
R. Dá-nos a coragem de Te seguir.
V. Senhor, ensina-nos a seguir-Te. R. Dá-nos a coragem de Te seguir.
V. Senhor, ensina-nos a amar, cada vez mais, a Tua Igreja.
R. Dá-nos a coragem de Te seguir.
Todos: Pai Nosso…
Décima Primeira Estação
A Missão


Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando o viram, adoraram-no; alguns, no entanto, ainda duvidavam. Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: «Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos. (Mt 28, 16-20)
Meditação
Vamos supor que somos um daqueles apóstolos que estavam com Jesus, quando apareceu e lhes falou. Então, a cada um de nós, Jesus também diz «Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos». Todos, sem excepção, que dissemos livremente sim à vontade do Pai, e aderimos à pessoa de Jesus; a todos os que somos cristãos, foi-nos dada uma grande missão: dar a conhecer Jesus aos outros e dizer-lhes o quanto Ele os ama. O mundo precisa de saber que Jesus é o Filho de Deus e Deus conta connosco para irmos ao encontro desta necessidade que o mundo tem, mesmo que não a sinta. Para tudo isto é preciso coragem. É preciso que cada um de nós se desinstale do seu lugar para ir ao encontro do próximo. No entanto, somos como os apóstolos e tememos não ser capazes de dar cumprimento à proposta, de hoje e sempre do Senhor, e evangelizar. No entanto, nunca nos podemos esquecer que Jesus nos fez uma promessa. Essa promessa é de ficar connosco todos os dias e mais, até ao fim dos tempos. Então, se Jesus está connosco, quem estará contra nós? Dá-nos, Senhor, a coragem e o vigor de sermos incansáveis na nossa missão para que - nem que fosse apenas um - outros Te conheçam e saibam o quanto os amas.
V. Faz de nós instrumentos do Teu anúncio.
R. Por Ti somos enviados.
V. Dá-nos uma fé que ouse anunciar-Te.
R. Por Ti somos enviados.
V. Ensina-nos a evangelizar com amor e humildade.
R. Por Ti somos enviados.
Todos: Pai Nosso…




Décima Segunda Estação O Regresso ao Pai


Estavam todos reunidos, quando lhe perguntaram: «Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?» Respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a sua autoridade. Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.» Dito isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem subtraiu-o a seus olhos. E como estavam com os olhos fixos no céu, para onde Jesus se afastava, surgiramde repente dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: «Homens da Galileia, por que estais assim a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi arrebatado para o Céu virá da mesma maneira, como agora o vistes partir para o Céu.» (Act 1, 6-11)
Meditação
O Pai fixou tempos e momentos com a Sua autoridade. Ora, tempos e momentos como esses servem para que cada um possa crescer e
humanizar-se, porque é isso que significa autoridade, fazer crescer e ganhar com isso maturidade. Aqui, faz mais uma vez uma promessa. Talvez uma das mais importantes promessas que Deus nos fez, a de que nos iria enviar o Espírito Santo. Cumprindo essa promessa - e Deus cumpre ficaremos cheios de força que nos permitirá testemunhar o quanto o Senhor ama, o quanto o Senhor faz nas nossas vidas para que sejamos felizes. E mais, é uma promessa que não se destinava apenas aos apóstolos, mas a todos nós. Perante tudo isto, será que estamos a olhar para o céu? Jesus conta com o nosso testemunho e garante-nos a força para o fazer, de que é que estamos à espera? Talvez fosse bom começar hoje.
V. Se escutarmos a Tua Palavra, seremos mais fortes.
R. Envia o Teu Espírito, Senhor.
V. Se escutarmos a Tua Palavra, seremos um como Tu e o Pai são um.
R. Envia o Teu Espírito, Senhor.
V. Se escutarmos a Tua Palavra, seremos mais parecidos conTigo.
R. Envia o Teu Espírito, Senhor.
Todos: Pai Nosso…
 



Décima Terceira Estação A espera do Espírito


Desceram, então, do monte chamado das Oliveiras, situado perto de
Jerusalém, à distância de uma caminhada de sábado, e foram para Jerusalém. Quando chegaram à cidade, subiram para a sala de cima, no lugar onde se encontravam habitualmente. Estavam lá: Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelota, e Judas, filho de Tiago. E todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus. (Act 1, 12-14)
Meditação
Discretamente, existe uma presença permanente na vida de Jesus, Maria, sua Mãe. Ela viu-O crescer, ferir-se quando brincava, chorar quando estava triste, tratou das suas refeições, partilhou as notícias correntes com ele. Assistiu, em Caná, ao seu primeiro milagre, acompanhou-O durante a Sua missão, viu-O ser preso, maltratado e por fim, viu-O morrer. Mas tudo isto, guardava sempre no seu coração. Ao confiar o discípulo amado a Sua mãe, Jesus confia também cada um de nós e faz de todos nós seus filhos. Logo, temos Maria por nossa mãe e sabemos que, tal como cuidou de Jesus, também cuidará de nós. Graças ao seu sim, Jesus confiou-nos à Sua mãe para sempre. Ensina-nos, Maria, a seguir o teu exemplo de abandono à vontade do Pai. Ensina-nos a acolher o Espírito Santo como tu acolheste. Ensina-nos a perseverar na nossa oração diária, como fizeste com os apóstolos. Sabemos que podemos contar contigo para crescer e conhecer melhor o teu filho, Jesus.
V. Ajuda-nos a abandonar a nossa vida nas Tuas mãos.
R. Como Maria, nossa mãe.
V. Ajuda-nos a descobrir as maravilhas que fazes por nós, em cada dia.
R. Como Maria, nossa mãe.
V. Ajuda-nos a guardar todas as coisas no nosso coração.
R. Como Maria, nossa mãe.
Todos: Pai Nosso…
 



Décima Quarta Estação
O Dom do Espírito Santo


Quando chegou o dia do Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam. Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem. Ora, residiam em Jerusalém judeus piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua. (Act 2, 1-6)
Meditação
Vindo do céu veio um fogo devastador. Um fogo que iria transformar os corações amedrontados daqueles que ali se encontravam, dando-lhes uma nova coragem e um novo vigor para se porem de pé e saírem a anunciar a Boa Nova de Jesus. Foi aqui, neste acontecimento, que se iniciou a Igreja, com o fogo trazido pelo Consolador prometido por Jesus. Este Espírito Santo é Aquele que será uma água viva que nos transforma em fonte, que traz com Ele a Paz às tempestades do dia-a-dia, que nos dará a Vida, ensinará a Verdade e fará de nós testemunhas renovadas do Amor de Deus por cada homem. E nós já vivemos um pentecostes na nossa vida? Quanto tempo mais demoraremos a pedir a vinda do Espírito Santo, para realizar no nosso coração um verdadeiro Pentecostes? Hoje é o tempo, agora é a hora. O mundo precisa de nós e nós precisamos do Espírito Santo. Por isso, Te pedimos, Senhor, que envies sobre nós o Teu Espírito, que Ele faça de nós santos anunciadores do Teu Amor, para que o mundo saiba que Tu és o
único Senhor, único Salvador e que amas cada homem, cada coração.
V. Quando nos escondemos com medo de assumir a nossa condição de cristãos.
R. Vem, Senhor, com o Teu Espírito Santo.
V. Quando os outros precisam de nós como anunciadores do Teu Amor.
R. Vem, Senhor, com o Teu Espírito Santo.
V. Quando somos chamados a mudar o mundo em nosso redor.
R. Vem, Senhor, com o Teu Espírito Santo.
Todos: Pai Nosso…



Oração Final
Senhor,
Tu que és o único Senhor,
O único Salvador,
Envia-nos o Teu Espírito Santo
Para que iluminados por Ele Possamos contemplar a Verdade Que nos torna livres.
O mundo tem sede de Ti,
Por isso, dá-nos hoje a força,
A sabedoria e a coragem de anunciar,
Que cada homem não está só, Que cada homem pode desfrutar a seu lado Da Tua presença.
E, sobretudo, que Tu amas cada homem Tal qual ele é.
Amen.


Por: Nascimento Super

Como progredir na caridade?

Como progredir na caridade?

Para uma alma enamorada do Senhor, só existem o momento presente e a eternidade. Por isso, a vida dos grandes santos nunca se resumiu à simples "fuga do pecado": ela consistia, sobretudo, numa grande pressa de amar a Deus e alcançar a vida eterna. Neste episódio do programa "Direção Espiritual", Padre Paulo Ricardo nos ensina a robustecer a virtude da esperança, a fim de subirmos, de degrau em degrau, a escada do amor divino. Para alcançar a santidade, só tem um jeito: amar mais a Deus. Quanto mais se ama, mais se santifica. Mas, concretamente, como progredir na caridade e chegar a amá-Lo – como preceitua o Deuteronômio (6, 5) – com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças? Vão aqui algumas dicas bem concretas de engenharia espiritual. O termo “engenharia" é proposital: para construir o “edifício" da nossa alma, existem, por assim dizer, três “andares", que são as virtudes teologais – fé, esperança e caridade. A base de tudo é a virtude da fé. A fim de crescer na caridade, é importante alimentar especialmente a fé no amor de Deus, que Se entregou concretamente por cada um de nós, na Cruz. Para tanto, uma constante meditação da Paixão de Cristo, unida à convicção de que Ele morreu realmente “por mim", de modo bem específico, é suficiente para fazer brotar a gratidão de coração. Surge, então, o desejo de amar a Deus de volta, corresponder à Sua iniciativa, ser-Lhe generoso – e subir ao terceiro andar do prédio, que é a caridade. Nesse anseio, porém, o homem esbarra com a sua miséria e falta de generosidade. O que o impede, afinal, de amar plenamente ao Senhor? A resposta encontra-se no meio do caminho, na virtude da esperança. Antes de tudo, importa delinear o seu objeto: em primeiro lugar, o homem espera a própria salvação; em segundo, espera alcançar os meios para chegar a esse termo – afinal, não adianta querer vagamente amar a Deus, se não se faz o firme propósito, a “ determinada determinación" de agradá-Lo [1].

Uma breve noção da esperança, porém, pode ser dada nas seguintes palavras: ela é uma pressa de amar a Deus. Para uma alma enamorada do Senhor, nada existe senão o hoje, o agora, para amá-Lo. De fato, o “hoje" é a única unidade do tempo que tem consistência ontológica (ou seja, que existe). Enquanto o “ontem" não existe mais, o “amanhã" não existe ainda; um já perdeu o ser, o outro não o ganhou. Além do “hoje", existe a eternidade, que está fora e além do tempo e que deve ser o objeto da nossa esperança. Infelizmente, quando se fala de esperança, as pessoas tendem a olhar para o futuro, para o amanhã. Mas a eternidade não está à frente, neste mundo, senão no alto, no Céu. E, quando Deus nos visita, Ele sempre o faz no hoje. Por isso, não adianta adiar a ação de Deus para amanhã. Se alguém quer amar a Deus concretamente, deve focar-se no hoje e na eternidade, se não está edificando a própria casa na areia movediça. Ao homem é concedido apenas o agora, apenas o momento presente para amar a Deus. Não existe amanhã: essa é a sua última Missa, sua última Comunhão. Como alguém trataria seus parentes e amigos se soubesse que os veria pela última vez? Como receberia o Sacramento da Penitência, sabendo que é a última vez que o recebe? Santa Teresinha do Menino Jesus, no poema “ Meu canto de hoje", escreve os seguintes versos, inflamados de amor: “Minha vida é um instante, um rápido segundo, Um dia só que passa e amanhã estará ausente; Só tenho, para amar-Te, ó meu Deus, neste mundo, O momento presente!..." “Como Te amo, Jesus! Por Ti minha alma anseia; Sejas meu doce apoio por um dia somente. Reina em meu coração: Teu sorriso incendeia Agora, no presente!" “Que me importa, Senhor, se no futuro há sombra? Rezar pelo amanhã? Minha alma não consente! Guarda meu coração puro! Cobre-me com tua sombra Agora, no presente!" “Se penso no amanhã, temo ser inconstante, Vejo nascer em meu coração a tristeza e o enfado. Eu quero, Deus meu, o sofrimento, a prova torturante Agora, no presente!" “Devo ver-te em breve na praia eterna, Ó Piloto Divino, cuja mão me conduz. Sobre as vagas em fúria, guia minha navezinha Agora, no presente." “Ah! Deixa-me, Senhor, em tua Face esconder-me. Para não ouvir o mundo a clamar futilmente. Dá-me Teu amor, conserva-me tua graça Agora, no presente." “Junto ao Teu Coração divino, esqueço o que se passa, Não temo mais a noite em ameaça. Dá-me em Teu Coração, Jesus, um lugar, Agora, no presente." “Pão vivo, Pão do Céu, divina Eucaristia, Ó mistério sagrado! que o Amor produziu… Vem morar no meu coração, minha branca Hóstia, Agora, no presente." “Digna-Te unir-me a Ti, Vinhedo Consagrado, Para que meu ramo assim, com frutos, se apresente E eu vou Te oferecer algum cacho dourado, Senhor, Agora, no presente." “Esse cacho de amor, cujos grãos são as almas… Só tenho para formá-lo este dia que foge. Ah! Dá-me, Jesus, de um Apóstolo o ardor, Agora, no presente." “Virgem Imaculada, tu és minha Doce Estrela. Que me dás Jesus e a Ele me unes; Deixa-me, terna Mãe, repousas sob teu véu Agora, no presente." “Anjo da minha guarda, cobre-me com tuas asas, Clareia com teus fogos a estrada que sigo; Vem dirigir meu passo e auxiliar-me, te peço, Agora, no presente." “Quero ver-Te sem véu, Senhor! Sem nuvem, Sua, ainda exilada, longe de ti, languesço. Não me escondas, meu Deus, Tua amável Face Agora, no presente." “Já voarei ao céu para que aí profira Meus louvores a Ti, no dia sem poente, Quando, então, cantarei em

Fonte: Padre Paulo Ricardo.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

O Papa no Egipto


O Papa no Egito
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                                  Por: Nascimento Super

                                  Remete para fonte: Acidigital.

É caluniado e perseguido por ser cristão? Veja o que nos diz o Papa...

É caluniado e perseguido por ser cristão? 
Veja o que nos diz o Papa...

Durante a Missa de hoje na Casa Santa Marta, o Papa Francisco mencionou algumas chaves sobre como responder diante das calúnias e das perseguições que todos os cristãos sofrem em algum momento da sua vida: sendo “testemunha de obediência”. Ao comentar a primeira leitura da Missa, Francisco disse que São Pedro nos diz que “é necessário obedecer a Deus antes que aos homens”, mostrando que “o cristão é testemunha de obediência”.
“O cristão é uma testemunha da obediência e se nós não estamos neste caminho de crescer no testemunho da obediência, não somos cristãos. Pelo menos caminhar por esta estrada: testemunha de obediência. Como Jesus. Não é testemunha de uma ideia, de uma filosofia, de uma empresa, de um banco, de um poder, é testemunha de obediência. Como Jesus”. Isto é possível porque “é uma graça do Espírito Santo”: “Somente o Espírito pode nos fazer testemunhas de obediência. ‘Não, eu vou naquele mestre espiritual, eu leio este livro...’.
Tudo está bem, mas somente o Espírito pode transformar o nosso coração e pode nos fazer a todos testemunhas de obediência”.
“É uma obra do Espírito e devemos pedir a ele, é uma graça a ser pedida: ‘Pai, Senhor Jesus, envia-me o teu Espírito para que eu me torne uma testemunha de obediência’, isto é, um cristão”. Mas, ser testemunha de obediência implica algumas consequências, como as “perseguições”. “Quando Jesus enumera as Bem-aventuranças, termina com: ‘Bem-aventurados quando vos perseguirem e insultarem’”.
O Santo Padre destacou que “a cruz não pode ser tirada da vida do cristão”. “A vida de um cristão não é um status social, não é um modo de viver uma espiritualidade que me faça bem, que me faça um pouco melhor. Isto não basta. A vida de um cristão é o testemunho em obediência e a vida de um cristão é repleta de calúnias, boatos e perseguições”. Portanto, para ser testemunha é necessário pedir a Deus “a graça de tornar-se um testemunho de obediência” e de não amedrontar-se quando chegam “as calúnias”, porque o “o Espírito nos dirá o que responder”.
Leitura comentada pelo Papa: Atos dos Apóstolos 5, 27-33 Naqueles dias, 27eles levaram os apóstolos e os apresentaram ao Sinédrio. O sumo sacerdote começou a interrogá-los, 28dizendo: “Nós tínhamos proibido expressamente que vós ensinásseis em nome de Jesus. Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem!” 29Então Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens. 30O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. 31Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia Supremo e Salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. 32E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que a Ele obedecem”. 33Quando ouviram isto, ficaram furiosos e queriam matá-los

Íntegra do discurso do Papa às autoridades egípcias


Papa com o Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi
O Papa Francisco iniciou, nesta sexta-feira (28/04), a sua 18ª viagem apostólica internacional que desta vez o levou ao Egito.
Segue a íntegra do discurso proferido pelo Santo Padre às autoridades egípcias.

DISCURSO DO SANTO PADRE ENCONTRO COM AS AUTORIDADES

(Cairo – Palácio Presidencial, 28 de abril de 2017)

Senhor Presidente, Distintos Membros do Governo e do Parlamento, Ilustres Embaixadores e membros do Corpo Diplomático, Prezados Senhores e Senhoras, Al Salamò Alaikum (A paz esteja convosco)! Agradeço-lhe, Senhor Presidente, as suas palavras cordiais de boas-vindas e o amável convite que me dirigiu para visitar o seu querido país. Conservo viva lembrança da sua visita a Roma em novembro de 2014, bem como do encontro fraterno com Sua Santidade Papa Tawadros II em 2013, e do Grande Imã da Universidade de Al-Azhar, Dr. Ahmad Al-Tayyib, no ano passado. Sinto-me feliz por me encontrar no Egito, terra duma civilização muito antiga e nobre, cujos vestígios podemos admirar ainda hoje e que, na sua majestade, parecem querer desafiar os séculos. Esta terra é muito significativa para a história da humanidade e para a Tradição da Igreja, não só pelo seu prestigioso passado histórico – faraónico, copta e muçulmano –, mas também porque muitos Patriarcas viveram no Egito ou o cruzaram. Na verdade, aparece mencionado numerosas vezes na Sagrada Escritura. Nesta terra, Deus fez-Se ouvir, «revelou o seu nome a Moisés» e, no Monte Sinai, confiou ao seu povo e à humanidade os Mandamentos divinos. No solo egípcio, encontrou refúgio e hospitalidade a Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Esta hospitalidade, generosamente oferecida há mais de dois mil anos, permanece na memória coletiva da humanidade, sendo fonte de bênçãos abundantes que continuam a derramar-se. Assim o Egito é uma terra que, de certo modo, todos nós sentimos como nossa! E, como dizeis, «misr um al dugna (o Egisto é a mãe do universo)». Também hoje encontram aqui hospitalidade milhões de refugiados provenientes de vários países, entre os quais se conta o Sudão, a Eritreia, a Síria e o Iraque; refugiados esses, aos quais se procura, com um louvável esforço, integrar na sociedade egípcia. Por causa da sua história e da sua particular posição geográfica, o Egito ocupa um papel insubstituível no Médio Oriente e no contexto dos países empenhados na busca de soluções para problemas agudos e complexos que precisam de ser encarados agora para se evitar uma precipitação de violência ainda mais grave. Refiro-me à violência cega e desumana, causada por vários fatores: o desejo obtuso de poder, o comércio de armas, os graves problemas sociais e o extremismo religioso que utiliza o Santo Nome de Deus para realizar inauditos massacres e injustiças. Este destino e esta tarefa do Egito constituem também o motivo que levou o povo a solicitar um Egito, onde a ninguém falte o pão, a liberdade e a justiça social. Com certeza, este objetivo tornar-se-á realidade, se todos juntos tiverem a vontade de transformar as palavras em ações, as aspirações válidas em compromissos, as leis escritas em leis aplicadas, valorizando a genialidade inata deste povo. Assim o Egito tem uma tarefa singular: reforçar e consolidar também a paz regional, apesar de se ver, em seu próprio território, ferido por violências cegas. Tais violências fazem sofrer injustamente tantas famílias – algumas das quais aqui presentes – que choram os seus filhos e filhas. Penso de modo particular em todas as pessoas que, nos últimos anos, deram a vida para salvaguardar a sua pátria: os jovens, os membros das forças armadas e da polícia, os cidadãos coptas e todos os desconhecidos que tombaram por causa de várias ações terroristas. Penso também nos assassinatos e nas ameaças que levaram a um êxodo de cristãos do Sinai setentrional. Expresso viva gratidão às autoridades civis e religiosas e a quantos deram hospitalidade e assistência a estas pessoas tão provadas. Penso igualmente naqueles que foram atingidos nos atentados contra as igrejas coptas, quer em dezembro passado quer mais recentemente em Tanta e Alexandria. Aos seus familiares e a todo o Egito, as minhas sentidas condolências com a certeza da minha oração ao Senhor pela rápida recuperação dos feridos. Senhor Presidente, ilustres Senhores e Senhoras! Não posso deixar de encorajar os esforços audaciosos na realização de numerosos projetos nacionais, bem como as muitas iniciativas que foram tomadas a favor da paz no país e fora dele, tendo em vista o almejado desenvolvimento na prosperidade e na paz que o povo deseja e merece.
O desenvolvimento, a prosperidade e a paz são bens indispensáveis que merecem todos os sacrifícios; constituem também objetivos que requerem trabalho sério, compromisso convicto, metodologia adequada e sobretudo respeito incondicional pelos direitos inalienáveis do homem, tais como a igualdade entre todos os cidadãos, a liberdade religiosa e de expressão, sem distinção alguma. Tais objetivos exigem uma atenção especial ao papel da mulher, dos jovens, dos mais pobres e dos doentes. Na realidade, o verdadeiro desenvolvimento mede-se pela solicitude que se dedica ao homem – coração de todo o desenvolvimento –, à sua educação, saúde e dignidade; com efeito, a grandeza de qualquer nação revela-se no cuidado que efetivamente dedica aos membros mais frágeis da sociedade: as mulheres, as crianças, os idosos, os doentes, as pessoas com deficiência, as minorias, de modo que nenhuma pessoa e nenhum grupo social fique excluído ou marginalizado. Perante um delicado e complexo cenário mundial, fazendo pensar naquela que designei uma «guerra mundial aos pedaços», é preciso afirmar que não se pode construir a civilização sem repudiar toda a ideologia do mal, da violência e toda a interpretação extremista que pretende aniquilar o outro e destruir as diversidades, manipulando e ultrajando o Santo Nome de Deus. O Senhor Presidente falou disto várias vezes e em diferentes circunstâncias com clareza, que merece escuta e apreço. Todos temos o dever de ensinar às novas gerações que Deus, o Criador do céu e da terra, não precisa de ser protegido pelos homens; antes, é Ele que protege os homens. Ele nunca quer a morte dos seus filhos, mas a sua vida e felicidade. Ele não pode solicitar nem justificar a violência; antes, detesta-a e rejeita-a. O verdadeiro Deus chama ao amor incondicional, ao perdão gratuito, à misericórdia, ao respeito absoluto por cada vida, à fraternidade entre os seus filhos, crentes e não-crentes. Temos o dever de afirmar, juntos, que a história não perdoa a quantos proclamam a justiça e praticam a injustiça; não perdoa a quantos falam da igualdade e descartam os que são diferentes. Temos o dever de desmascarar os vendedores de ilusões acerca do Além, que pregam o ódio para roubar aos simples a sua vida presente e o seu direito de viver com dignidade, transformando-os em lenha para queimar e privando-os da capacidade de escolher com liberdade e acreditar com responsabilidade. Temos o dever de desmantelar os planos homicidas e as ideologias extremistas, afirmando a incompatibilidade entre a verdadeira fé e a violência, entre Deus e os atos de morte. Ao contrário, a história honra os construtores de paz que, com coragem e sem violência, lutam por um mundo melhor: «Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9). Por conseguinte o Egito, que no tempo de José salvou os outros povos da carestia (cf. Gn 47, 57), também hoje é chamado a salvar esta amada região da carestia do amor e da fraternidade; é chamado a condenar e derrotar toda a violência e todo o terrorismo; é chamado a dar o trigo da paz a todos os corações famintos de convivência pacífica, de trabalho digno, de educação humana. O Egito, que ao mesmo tempo constrói a paz e combate o terrorismo, é chamado a dar provas de que «Al din lillah wa Al watàn lilgiamia’ (a fé é para Deus, a pátria é para todos)», como recita o lema da Revolução de 23 de julho de 1952, demonstrando que se pode crer e viver em harmonia com os outros, partilhando com eles os valores humanos fundamentais e respeitando a liberdade e a fé de todos. O papel peculiar do Egito é necessário para se poder afirmar que esta região, berço das três grandes religiões, pode – antes, deve – despertar da longa noite de tribulação, para voltar a irradiar os valores supremos da justiça e da fraternidade, que são o fundamento sólido e o caminho obrigatório para a paz. Das grandes nações, não se pode esperar pouco! Neste ano, comemora-se o 70º aniversário das relações diplomáticas entre a Santa Sé e a República Árabe do Egipto, um dos primeiros países árabes que estabeleceu tais relações diplomáticas. Estas sempre se caraterizaram pela amizade, a estima e a cooperação recíproca. Espero que esta minha visita as possa consolidar e reforçar. A paz é dom de Deus, mas também trabalho do homem. É um bem que se há de construir e proteger, no respeito pelo princípio que afirma a força da lei e não a lei da força. Paz para este amado país! Paz para toda esta região, em particular para a Palestina e Israel, para a Síria, para a Líbia, para o Iémen, para o Iraque, para o Sudão do Sul; paz a todos os homens de boa vontade! Senhor Presidente, Senhoras e Senhores! Quero dirigir uma saudação afetuosa e um abraço paterno a todos os cidadãos egípcios, que estão simbolicamente presentes nesta sala. Saúdo igualmente os filhos e os irmãos cristãos que vivem neste país: os coptas ortodoxos, os greco-bizantinos, os arménios ortodoxos, os protestantes e os católicos. Que São Marcos, o evangelizador desta terra, vos proteja e nos ajude a construir e a alcançar a unidade, tão desejada por Nosso Senhor (cf. Jo 17, 20-23). A vossa presença nesta pátria não é nova nem casual, mas histórica e inseparável da história do Egito. Sois parte integrante deste país, tendo desenvolvido ao longo dos séculos uma espécie de relação única, uma simbiose particular, que pode ser tomada como exemplo por outras nações. Demonstrastes, e continuais a fazê-lo, que é possível viver juntos, no respeito mútuo e leal confronto, encontrando na diferença uma fonte de riqueza e nunca um motivo de conflito. Obrigado pela calorosa receção. Peço a Deus Omnipotente e Único que cumule todos os cidadãos egípcios com as suas bênçãos divinas. Que Ele conceda ao Egito paz e prosperidade, progresso e justiça, e abençoe todos os seus filhos! «Bendito seja o Egito, meu povo»: diz o Senhor no Livro de Isaías (19, 25). Shukran wa tahìah misr (Obrigado e viva o Egito)

Fonte: Rádio Vaticano (RV)

Íntegra da declaração comum assinada por Francisco e Tawadros II

Íntegra da declaração comum assinada por Francisco e Tawadros II

Papa Francisco e Tawadros II assinam declaração comum

Segue a íntegra da declaração comum assinada pelo Papa Francisco e o Patriarca Tawadros II no final do encontro.

DECLARAÇÃO COMUM DE SUA SANTIDADE FRANCISCO E DE SUA SANTIDADE TAWADROS II

(Cairo: Patriarcado, 28 de abril de 2017)

1. Nós, Francisco, Bispo de Roma e Papa da Igreja Católica, e Tawadros II, Papa de Alexandria e Patriarca da Sé de São Marcos, no Espírito Santo damos graças a Deus por nos ter concedido a feliz oportunidade de nos encontrarmos mais uma vez, trocarmos o abraço fraterno e juntarmo-nos novamente em oração comum. Damos glória ao Todo-Poderoso pelos laços de fraternidade e amizade existentes entre a Sé de São Pedro e a Sé de São Marcos. O privilégio de estar juntos aqui no Egito é um sinal de que a solidez do nosso relacionamento tem aumentado de ano para ano e de que estamos a crescer na proximidade, na fé e no amor de Cristo nosso Senhor. Damos graças a Deus pelo amado Egito, «terra natal que vive dentro de nós», como costumava dizer Sua Santidade Papa Shenouda III, «povo abençoado pelo Senhor» (cf. Is 19, 25) com a sua antiga civilização dos Faraós, a herança grega e romana, a tradição copta e a presença islâmica. O Egito é o lugar onde a Sagrada Família encontrou refúgio, é terra de mártires e santos.

2. O nosso vínculo profundo de amizade e fraternidade tem a sua origem na plena comunhão que existia entre as nossas Igrejas nos primeiros séculos tendo-se expressado de várias maneiras nos primeiros Concílios Ecuménicos, a começar pelo Concílio de Nicéia em 325 e a contribuição de Santo Atanásio, corajoso Padre da Igreja que mereceu o título de «Protetor da Fé». A nossa comunhão manifestava-se através da oração e práticas litúrgicas semelhantes, da veneração dos mesmos mártires e santos, e no fomento e difusão do monaquismo, seguindo o exemplo do grande Santo Antão, conhecido como o pai de todos os monges. Esta experiência comum de comunhão, anterior ao tempo de separação, assume um significado especial na nossa busca atual do restabelecimento da plena comunhão. A maior parte das relações que existiam nos primeiros séculos continuaram, apesar das divisões, entre a Igreja Católica e a Igreja Copta Ortodoxa até ao dia de hoje e recentemente foram mesmo revitalizadas. Estas desafiam-nos a intensificar os nossos esforços comuns, perseverando na busca duma unidade visível na diversidade, sob a guia do Espírito Santo.

3. Recordamos, com gratidão, o encontro histórico de há quarenta e quatro anos entre os nossos predecessores Papa Paulo VI e Papa Shenouda III, aquele abraço de paz e fraternidade depois de muitos séculos em que os nossos vínculos mútuos de amor não tiveram possibilidade de se expressar devido à distância que se criara entre nós. A Declaração Comum, que eles assinaram em 10 de maio de 1973, representou um marco no caminho ecuménico e serviu como ponto de partida para a instituição da Comissão de Diálogo Teológico entre as nossas duas Igrejas, que produziu muito fruto e abriu o caminho para um diálogo mais amplo entre a Igreja Católica e toda a família das Igrejas Ortodoxas Orientais. Naquela Declaração, as nossas Igrejas reconheceram que, no sulco da tradição apostólica, professam «uma só fé no Deus Uno e Trino» e «a divindade do Unigénito Filho de Deus (...) perfeito Deus, quanto à sua divindade, e perfeito homem quanto à sua humanidade». Reconheceu-se também que «a vida divina é-nos dada e alimentada em nós pelos sete sacramentos» e que «veneramos a Virgem Maria, Mãe da verdadeira Luz», a «Theotókos».

4. Com profunda gratidão, recordamos o encontro fraterno que nós próprios tivemos em Roma, a 10 de maio de 2013, e a instituição do dia 10 de maio como jornada anual em que aprofundamos a amizade e a fraternidade entre as nossas Igrejas. Este renovado espírito de proximidade permitiu-nos discernir ainda melhor como o vínculo que nos une foi recebido de nosso único Senhor no dia do Batismo. Com efeito, é através do Batismo que nos tornamos membros do único Corpo de Cristo que é a Igreja (cf. 1 Cor 12, 13). Esta herança comum é a base da peregrinação que juntos realizamos rumo à plena comunhão, crescendo no amor e na reconciliação. 5. Conscientes de que ainda há tanto caminho a fazer nesta peregrinação, recordamos o muito que já foi alcançado. Em particular, lembramos o encontro entre Papa Shenouda III e São João Paulo II, que veio como peregrino ao Egito durante o Grande Jubileu do ano 2000. Estamos determinados a seguir os seus passos, movidos pelo amor de Cristo Bom Pastor, na convicção profunda de que, caminhando juntos, crescemos em unidade. Para isso auferimos a força de Deus, fonte perfeita de comunhão e de amor.

6. Este amor encontra a sua expressão mais alta na oração comum. Quando os cristãos rezam juntos, chegam a compreender que aquilo que os une é muito maior do que aquilo que os divide. O nosso desejo ardente de unidade encontra inspiração na oração de Cristo «para que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Para isso aprofundemos as raízes que compartilhamos na única fé apostólica, rezando juntos e procurando traduções comuns do Pai Nosso e uma data comum para a celebração da Páscoa.

7. Enquanto caminhamos para o dia abençoado em que finalmente nos reuniremos à mesma Mesa Eucarística, podemos colaborar em muitas áreas e tornar tangível a grande riqueza que já temos em comum. Podemos testemunhar juntos certos valores fundamentais como a sacralidade e dignidade da vida humana, a sacralidade do matrimónio e da família, e o respeito por toda a criação, que Deus nos confiou. Não obstante a multiplicidade de desafios contemporâneos, como a secularização e a globalização da indiferença, somos chamados a oferecer uma resposta compartilhada baseada nos valores do Evangelho e nos tesouros das nossas respetivas tradições. Nesta linha, somos encorajados a aprofundar o estudo dos Padres Orientais e Latinos e promover um frutuoso intercâmbio na vida pastoral, especialmente na catequese e num mútuo enriquecimento espiritual entre comunidades monásticas e religiosas.

8. O testemunho cristão que compartilhamos é um sinal providencial de reconciliação e esperança para a sociedade egípcia e suas instituições, uma semente semeada para frutificar na justiça e na paz. Uma vez que acreditamos que todos os seres humanos são criados à imagem de Deus, esforcemo-nos por promover a tranquilidade e a concórdia através duma coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos, testemunhando assim que Deus deseja a unidade e a harmonia de toda a família humana e a igual dignidade de cada ser humano. Temos a peito a prosperidade e o futuro do Egito. Todos os membros da sociedade têm o direito e o dever de participar plenamente na vida do país, gozando de plena e igual cidadania e colaborando para construir a sua nação. A liberdade religiosa, que engloba a liberdade de consciência e está enraizada na dignidade da pessoa, é a pedra angular de todas as outras liberdades. É um direito sagrado e inalienável.

9. Intensifiquemos a nossa oração incessante por todos os cristãos no Egito e em todo o mundo, especialmente no Médio Oriente. Alguns acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis, perseguidos e mortos unicamente pelo motivo de ser cristãos, recordam-nos ainda mais que o ecumenismo dos mártires nos une e encoraja no caminho da paz e da reconciliação. Pois, como escreve São Paulo, «se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros» (1 Cor 12, 26).

10. O mistério de Jesus, que morreu e ressuscitou por amor, situa-se no coração do nosso caminho para a plena unidade. Mais uma vez, os mártires são os nossos guias. Na Igreja primitiva, o sangue dos mártires foi semente de novos cristãos; assim também, em nossos dias, o sangue de tantos mártires seja semente de unidade entre todos os discípulos de Cristo, sinal e instrumento de comunhão e de paz para o mundo.

11. Obedientes à ação do Espírito Santo, que santifica a Igreja, a sustenta ao longo dos séculos e conduz àquela unidade plena pela qual Cristo rezou, hoje nós, Papa Francisco e Papa Tawadros II, para alegrar o coração do Senhor Jesus bem como os corações dos nossos filhos e filhas na fé, declaramos mutuamente que, com uma só mente e coração, procuraremos sinceramente não repetir o Batismo administrado numa das nossas Igrejas a alguém que deseje juntar-se à outra. Isto confessamos em obediência às Sagradas Escrituras e à fé expressa nos três Concílios Ecuménicos reunidos em Niceia, Constantinopla e Éfeso. Pedimos a Deus nosso Pai que nos guie, nos tempos e modos que o Espírito Santo dispuser, para a unidade plena no Corpo místico de Cristo.

12. Concluindo, deixemo-nos guiar pelos ensinamentos e o exemplo do apóstolo Paulo, que escreve: «[Esforçai-vos] por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos»
(Ef 4, 3-6).

Fonte: RV.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Decifrado no Santo Sudário o certificado do enterro de Jesus


Desde 1978, um grupo de especialistas vinha identificando letras em torno do rosto do Santo Sudário. Essas foram sendo registradas e fotografadas. Mas só nos últimos anos foram objeto de um estudo sistemático por especialistas abalizados.

Em 1978 o engenheiro químico Pietro Ugolotti identificou alguns sinais de geometria precisa que evocavam caracteres alfabéticos e pareciam formar palavras. O cientista tirou imagens desses sinais e as submeteu à analise de um especialista de escrituras antigas, o professor Aldo Marastoni da Universidade Católica de Milão. O professor Marastoni confirmou a intuição do engenheiro Ugolotti, acrescentando que o estilo era de um escrito muito antigo provavelmente da época romana. No ano 1994, Marcel Alonso e Eric de Bazelaire, membros do Centre International d’Études sur le Linceul de Turin, de Paris, apresentaram o problema ao Institut d’Optique Théorique et Appliquée d’Orsay, na própria Paris. Eles se dirigiam a André Marion, especialista em ótica que havia desenvolvido uma tecnologia capaz de reconhecer escritos apagados em Códices sobre os quais foram escritos outros textos. Nesses casos os escritos originais deixaram de ser visíveis pelo olho humano, mas a tecnologia de Marion permitia recupera-los.

Marion e Anne-Laure Courage que era engenheira na École Supérieure d’Optique de Paris e investigadora no Institut d’Optique d’Orsay, publicaram os resultados de suas pesquisas em 1998 (“Discovery of Inscriptions on the Shroud of Turin by Digital Image Processing”, in OE, vol. 37, n. 8, agosto 1998, págs. 2308-2313).
Os resultados confirmavam por meio do processamento informático que aquelas inscrições no Santo Sudário são efetivamente restos de algo escrito.Tratava-se de sequencias de letras gregas, latinas e hebraicas que não pareciam ter sido inscritas sobre o véu de linho. Presumivelmente foram registradas em fitas coladas ao Santo Sudário cujos contornos parecem ser perceptíveis pelo olhar humano. A suposição é de que aquilo que estava escrito embebeu o tecido de linho. Elas podem ser visualizadas trabalhando o negativo fotográfico e aumentando o contraste com computador. Os trabalhos que aprofundaram a tridimensionalidade da imagem do Homem do Sudário tornaram mais fácil reconhecer as letras nos anos seguintes. Cfr 30Giorni.

Mas, a final, o que diziam essas palavras?
Barbara Frale, historiadora medieval no Arquivo Secreto Vaticano, conseguiu decifrá-las. Trata-se de palavras em grego, latim e aramaico (a língua falada por Jesus).
A matéria foi objeto de uma reportagem de “Rome reports” visualizável no fim do post. Para compreender mais exatamente o que essas palavras queriam dizer, a especialista estudou a legislação romana e judaica vigente na Palestina nos anos 30, década da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor. As inscrições identificadas no Santo Sudário significam (ver imagem no início do post): 1. (I)esou(s) = Jesus; 2. Nnazarennos = Nazareno; 3. (o)pse kia(tho) = preso no início da noite; 4. in nece(m) = à morte; 5. pez(o) = eu executo. Bárbara Frale concluiu: “O significado dessas palavras alude à morte de um personagem chamado Iesoys Nnazarennos, que é o mesmo nome que encontramos nos quatro Evangelhos”. Esse certificado de óbito tem uma razão de ser precisa e era comum naquele tempo. Frale explica que “os condenados a morte não podiam ser enterrados no túmulo de sua família. Eles tinham que passar 12 meses na sepultura pública, que era administrada pelo tribunal de Jerusalém. “Só após esses 12 meses é que o corpo podia ser entregue à família, para que esta o enterrasse junto com os parentes”. No caso de Nosso Senhor, São José de Arimateia e São Nicodemos – discípulos de Jesus e ricos membros do Sinédrio, máxima autoridade religiosa dos judeus no tempo – pediram ao governador romano Pôncio Pilatos que o corpo não fosse posto na fossa comum. E propuseram que fosse enterrado no túmulo que José de Arimateia tinha mandado cavar para sua família. Esse é o atual Santo Sepulcro, onde se operou o milagre da Ressurreição. A especialista explica que “foi necessário ‘etiquetar’ o cadáver, porque naquele sepulcro outros membros da família de José de Arimateia poderiam vir a ser enterrados, e o corpo de Jesus devia ser entregue a seus familiares após os 12 meses prescritos pela lei”. Foi por isso que após o cadáver do Redentor ser envolto na rica vestimenta mortuária disposta por Nossa Senhora, que incluía o Santo Sudário, foram coladas em torno da cabeça algumas faixas de papiro nas quais estava escrito com letras grandes quem era o defunto. Mais ainda, “estava escrito o nome do defunto, o dia da morte, o motivo da condenação e a data em que os restos do corpo podiam ser entregues à família, assim que fosse completada essa peculiar sanção post-mortem”. Esses dados coincidem plenamente com os dos Evangelhos, diz a autora do pormenorizado estudo. Segundo ela, as faixas de papiro ficaram coladas ao Santo Sudário durante alguns séculos e, em virtude de reações químicas, alguns restos da tinta acabaram passando ao sagrado lençol.“A tinta com que foram escritas as palavras devia incluir algum elemento metálico que entrou em interação química com a celulose do linho e ficou impresso no Santo Sudário”. Bárbara Frale não se limitou a seus estudos, mas os submeteu a uma crítica externa. E solicitou o parecer de um grupo de paleógrafos sobre a data em que ditas palavras foram escritas, sem lhes dizer de onde procediam. A Paleografia é a ciência que estuda os textos manuscritos antigos e medievais, a origem, a forma e a evolução da escrita, independentemente do tipo de suporte físico, do material utilizado para proceder ao registro, do lugar onde foi usada, do povo que a utilizou e dos sinais gráficos que adotou. Os paleógrafos responderam que dita caligrafia é de por volta do primeiro século, confirmando assim que as inscrições são da época de Nosso Senhor. Ficou desse modo resolvido mais um mistério do Santo Sudário em consonância com o imenso caudal de conhecimentos científicos que vêm se acumulando nas últimas décadas.

Fontes: Ciência Confirma a Igreja

Publicado porApostolado Spiritus Paraclitus.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sem as 14 obras de misericórdia, a nossa fé é pura falsidade Francisco


Você tem certeza de que conhece e pratica todas e cada uma delas?

Uma das heresias que mais caracterizam as vertentes “alternativas” do cristianismo é a que prega a chamada “sola fides“, expressão em latim que significa “somente a fé“. Segundo esta heresia, a fé sozinha bastaria para nos salvar, sem necessidade alguma de realizarmos boas obras. A fé católica, no entanto, é explícita ao destacar que as boas obras são indispensáveis para a salvação: “A fé, sem obras, é morta“. Esta verdade está claramente escrita na Carta de São Tiago, capítulo 2, versículo 17: “Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma“. De nada adianta declarar fé da boca para fora e não praticar boas obras, pois Deus nos julgará pelos nossos atos e omissões, não apenas pelas nossas alegações teóricas. Cristo mesmo nos alertou a este respeito com perfeita objetividade em várias passagens do Evangelho, sendo uma das mais conhecidas a de Mateus 25, 34-46: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era estrangeiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; adoeci e me visitastes; estive na prisão e me fostes visitar’. Então os justos lhe responderão, dizendo: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te?’ E, respondendo o Rei, lhes dirá: ‘Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes’. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: ‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes’. Então eles também lhe responderão, dizendo: ‘Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?’ Então lhes responderá, dizendo: ‘Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim’. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”. Este é o texto dos Evangelhos que define as assim chamadas “7 obras de misericórdia corporais“. O Catecismo de São Pio X destaca a importância imprescindível dessas obras e também das 7 obras de misericórdia espirituais, em seus seguintes números do Capítulo IV (chamado, precisamente, “Das obras de misericórdia”): Nº 937 – Quais são as boas obras de que se nos pedirá conta particular no dia do Juízo? As boas obras de que se nos pedirá conta particular no dia do Juízo são as obras de misericórdia. Nº 938 – Que se entende por obra de misericórdia? Obra de misericórdia é aquela com que se socorre o nosso próximo nas suas necessidades corporais ou espirituais.
Nº 939 – Quantas são as obras de misericórdia?
As obras de misericórdia são catorze: sete corporais e sete espirituais, conforme são corporais ou espirituais as necessidades que se socorrem.
Nº 940 – Quais são as obras de misericórdia corporais?
As obras de misericórdia corporais são:
1ª Dar de comer a quem tem fome; 2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.

Nº 941 – Quais são as obras de misericórdia espirituais?
As obras de misericórdia espirituais são:
1ª Dar bom conselho;
2º Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.
Em resumo, como bem disse São João da Cruz: “Ao entardecer desta vida, seremos julgados pelo amor“. E não pelo que dizemos da boca para fora.

Por: Aleteia.pt

Os 25 segredos da luta espiritual que Jesus revelou a Santa Faustina

Os 25 segredos da luta espiritual que Jesus revelou a Santa Faustina

Como proteger-se dos ataques do demônio?

Em Cracóvia, no dia 2 de junho de 1938, o Senhor Jesus ditou a uma jovem Irmã da Misericórdia um retiro de três dias. Faustina Kowalska registrou minuciosamente as instruções de Cristo em seu diário, que é um manual de mística na oração e na misericórdia divina. Este diário guarda as revelações de Cristo sobre o tema da luta espiritual, sobre como proteger-se dos ataques do demônio. Estas instruções se tornaram a arma de Faustina na luta contra o maligno inimigo. Jesus começou dizendo: ” Minha filha, quero instruir-te sobre a luta espiritual”. E estes foram seus conselhos:
1. Nunca confies em ti, mas entrega-te inteiramente à Minha Vontade. A confiança é uma arma espiritual. Ela é parte do escudo da fé que São Paulo menciona na Carta aos Efésios (6, 10-17): a armadura do cristão. O abandono à vontade de Deus é um ato de confiança; a fé em ação dissipa os maus espíritos.
2. Na desolação, nas trevas e diversas dúvidas, recorre a Mim e ao teu diretor espiritual; ele te responderá sempre em Meu Nome. Em tempos de guerra espiritual, reze imediatamente a Jesus. Invoque seu Santo Nome, que é muito temido pelo inimigo. Leve as trevas à luz contando tudo ao seu diretor espiritual ou confessor, e siga suas instruções.
3. Não comeces a discutir com nenhuma tentação; encerra-te logo no Meu Coração. No Jardim do Éden, Eva negociou com o diabo e perdeu. Precisamos recorrer ao refúgio do Sagrado Coração. Correr até Jesus é a melhor maneira de dar as costas ao demônio.
4. Na primeira oportunidade, conta-a ao confessor. Uma boa confissão, um bom confessor e um bom penitente são a receita perfeita para a vitória sobre a tentação e a opressão demoníaca. Isso não falha! 5. Coloca o amor-próprio em último lugar, para que não contagie as tuas ações. O amor próprio é natural, mas precisa ser ordenado, livre de orgulho. A humildade vence o diabo, que é o orgulho perfeito. Satanás nos tenta no amor próprio desordenado, que nos leva à piscina do orgulho.
6. Com grande paciência, suporta-te a ti mesma. A paciência é uma grande arma secreta que nos ajuda a manter a paz da nossa alma, inclusive nas grandes tempestades da vida. A paciência consigo mesmo é parte da humildade e da confiança. O diabo nos tenta à impaciência, a voltar-nos contra nós mesmos, de maneira que fiquemos com raiva. Olhe para você mesmo com os olhos de Deus. Ele é infinitamente paciente.
7. Não descuides as mortificações interiores. A Escritura nos ensina que alguns demônios só podem ser expulsos com oração e jejum. As mortificações interiores são armas de guerra. Podem ser pequenos sacrifícios oferecidos com grande amor. O poder do sacrifício por amor desaloja o inimigo.
8. Justifica sempre em ti, o juízo das Superiores e do Confessor. Cristo falava a Santa Faustina, que morava em um convento. Mas todos nós temos pessoas com autoridade sobre nós. O diabo tem como objetivo dividir e conquistar; então, a obediência humilde à autoridade autêntica é uma arma espiritual.
9. Foge dos que murmuram, como se da peste. A língua é uma poderosa embarcação que pode causar muito dano. Estar murmurando ou fazendo fofoca nunca é de Deus. O diabo é um mentiroso que gera acusações falsas e fofocas que podem matar a reputação de uma pessoa. Rejeite as murmurações.
10. Deixa que todos procedam como lhes aprouver; age tu antes como estou a exigir-te. A mente da pessoa é a chave na guerra espiritual. O diabo é um intrometido que tenta arrastar todo mundo. Procure agradar Deus e deixe de lado as opiniões dos outros.
11. Observa a Regra o mais fielmente possível. Jesus se refere à Regra de uma ordem religiosa aqui. Mas todos nós já fizemos algum tipo de voto ou promessa diante de Deus e da Igreja e precisamos ser fiéis a isso: promessas batismais, votos matrimoniais etc. Satanás nos tenta para nos levar à infidelidade, à anarquia e à desobediência. A fidelidade é uma arma para a vitória. 12. Se experimentares dissabores, pensa antes no que poderias fazer de bom pela pessoa que te faz sofrer. Ser um canal da misericórdia divina é uma arma para fazer o bem e derrotar o mal. O diabo trabalha usando o ódio, a raiva, a vingança, a falta de perdão. Muitas pessoas já nos ofenderam. O que devolveremos em troca? Responder com uma bênção destrói maldições.
13. Evita a dissipação. Uma alma faladeira será mais facilmente atacada pelo demônio. Derrame seus sentimentos somente diante do Senhor. Os sentimentos são efêmeros. A verdade é sua bússola. O recolhimento interior é uma armadura espiritual.
14. Cala-te quando te repreenderem. Todos nós já fomos repreendidos em algum momento. Não temos nenhum controle sobre isso, mas podemos controlar nossa resposta. A necessidade de ter a razão o tempo todo pode nos levar a armadilhas demoníacas. Deus sabe a verdade. Deixe-a ir. O silêncio é uma proteção. O diabo pode utilizar a justiça própria para nos fazer tropeçar também.
15. Não peças a opinião a todos, mas do teu diretor: diante dele sê franca e simples como uma criança. A simplicidade da vida pode expulsar os demônios. a honestidade é uma arma para derrotar Satanás, o mentiroso. Quando mentimos, colocamos um pé no terreno dele, e ele tentará nos seduzir mais ainda.
16. Não te desencorajes com a ingratidão. Ninguém gosta de ser subestimado. Mas quando nos encontramos com a ingratidão ou com a insensibilidade, o espírito de desânimo pode ser um peso para nós. Resista a todo desânimo, porque isso nunca vem de Deus. É uma das tentações mais eficazes do diabo. Seja grato diante de todas as coisas do dia e você sairá ganhando. 17. Não indagues com curiosidade os caminhos pelos quais te conduzo. A necessidade de conhecer e a curiosidade pelo futuro são tentações que levaram muitas pessoas aos quartos escuros do ocultismo. Escolha caminhar na fé. Decida confiar em Deus, que o leva ao caminho do céu. Resista sempre ao espírito de curiosidade.
18. Quando o enfado e o desânimo bateram à porta do teu coração, foge de ti mesma e esconde-te no Meu Coração. Jesus entrega a mesma mensagem pela segunda vez. Agora Ele se refere ao tédio. No começo do Diário, Ele disse a Santa Faustina que o diabo tenta mais facilmente as almas ociosas. Tenha cuidado com isso, porque as almas ociosas são presa fácil do demônio.
19. Não tenhas medo da luta: a própria coragem muitas vezes afasta as tentações, que não ousa então acometer-nos. O medo é a segunda tática mais comum do diabo (a primeira é o orgulho). A coragem intimida o diabo; ele fugirá diante da perseverante coragem que se encontra em Jesus, a rocha. Todas as pessoas lutam, e Deus é nossa provisão.
20. Combate sempre com a profunda convicção de que eu estou contigo. Jesus pede a Santa Faustina que lute com convicção. Ela pode fazer isso porque Cristo a acompanha. Nós, cristãos, somos chamados a lutar com convicção contra todas as táticas demoníacas. O diabo tenta aterrorizar as almas, mas precisamos resistir ao seu terrorismo. Invoque o Espírito Santo ao longo do dia.
21. Não te guias pelo sentimento, por que ele nem sempre está em teu poder, porem todo o mérito reside na vontade. Todo mérito radica na vontade, porque o amor é um ato da vontade. Somos completamente livres em Cristo. Precisamos fazer uma escolha, uma decisão para bem ou para mal. Em que lado vivemos? 22. Nas mínimas coisas sê sempre submissa às superioras. Aqui, Jesus está instruindo uma freira. Todos nós temos o Senhor como nosso superior (representado também pelos padres, confessores, diretores espirituais). A dependência de Deus é uma arma de guerra espiritual, porque não podemos ganhar por nossos próprios meios.
23. Não te iludo com perspectivas da paz, e de consolos, mas prepara-te antes para grandes batalhas. Santa Faustina sofreu física e espiritualmente. Ela estava preparada para grande batalhas, pela graça de Deus. Cristo nos instrui claramente na Bíblia a estar preparados para grandes batalhas, para revestir-nos da armadura de Deus e resistir ao diabo (Ef 6, 11). 24. Fica a saber que estás atualmente em cena e que toda a Terra e o Céu inteiro te observam. Estamos todos em um grande cenário no qual o céu e a terra nos olham. Que mensagem estamos dando com nossa forma de vida? Que tonalidades irradiamos: luz? Escuridão? Cinza? A forma como vivemos atrai mais luz ou escuridão? Se o diabo não conseguir nos levar para a escuridão, tentará nos manter na categoria dos medíocres, do cinza, que não é agradável a Deus. 25. Luta como valorosos cavaleiros, para que eu possa recompensar-te; e não temas, porque não estás sozinha. As palavras do Senhor a Santa Faustina podem se transformar em nosso lema: “Lute como um cavaleiro!”. Um soldado de Cristo sabe bem a causa pela qual luta, a nobreza da sua missão, conhece o Rei ao qual serve; e luta até o final, com a abençoada certeza da vitória. Se uma jovem polonesa, sem formação, uma simples freira, unida a Cristo, pode lutar como um cavaleiro, um soldado, todo cristão pode fazer o mesmo. A confiança é vitoriosa.
* * * Para guardar as palavras de Jesus: “Minha filha, quero instruir-te sobre a luta espiritual. Nunca confies em ti, mas entrega-te inteiramente à Minha Vontade. Na desolação, nas trevas e diversas dúvidas, recorre a Mim e ao teu diretor espiritual; ele te responderá sempre em Meu Nome. Não comeces a discutir com nenhuma tentação; encerra-te logo no Meu Coração e, na primeira oportunidade, conta-a ao confessor. Coloca o amor-próprio em último lugar, para que não contagie as tuas ações. Com grande paciência, suporta-te a ti mesma. Não descuides as mortificações interiores. Justifica sempre em ti, o juízo das Superiores e do Confessor. Foge dos que murmuram, como se da peste. Deixa que todos procedam como lhes aprouver; age tu antes como estou a exigir-te. Observa a Regra o mais fielmente possível. E, se experimentares dissabores, pensa antes no que poderias fazer de bom pela pessoa que te faz sofrer. Evita a dissipação. Cala-te, quando te repreenderem; não peças a opinião a todos, mas do teu diretor: diante dele sê franca e simples como uma criança. Não te desencorajes com a ingratidão; não indagues com curiosidade os caminhos pelos quais te conduzo; quando o enfado e o desânimo bateram á porta do teu coração. Foge de ti mesma e esconde-te no Meu Coração. Não tenhas medo da luta: a própria coragem muitas vezes afasta as tentações, que não ousa então acometer-nos. Combate sempre com a profunda convicção de que eu estou contigo. Não te guias pelo sentimento, por que ele nem sempre está em teu poder, porem todo o mérito reside na vontade. Nas mínimas coisas sê sempre submissa às superioras. Não te iludo com perspectivas da paz, e de consolos, mas prepara-te antes para grandes batalhas. Fica a saber que estás atualmente em cena e que toda a Terra e o Céu inteiro te observam. Luta como valorosos cavaleiros, para que eu possa recompensar-te; e não temas, porque não estás sozinha.”

(D.1760) ***** Quotes from the Diary of St. Faustina are copyrighted by the Marians of the Immaculate Conception, Stockbridge, Mass. For more information on “fighting like a knight” please visitwww.foundationforpriests.org spiritual warfare section. This piece originally appeared in The Catholic Exchange, and is reprinted here with kind permission of the author.

Fonte: Aleteia

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